sábado, 31 de outubro de 2009

Tarefa 1: Sociologia



Quem é o ser humano?


O título pode parecer absurdo, mas é dessa forma que as coisas acontecem. O mundo está com os seus valores completamente invertidos, onde se premiam atitudes egoístas dos que mais deveriam e poderiam ser generosos e não se dá valor àqueles que fazem algo para melhorar a vida a sua vida. Não reconhecemos mais como ser humano igual à nós, todos aqueles que biologicamente fazem parte da espécie, os humanos de hoje são selecionados, mas não graças a sua melhor capacidade de se adaptar a um ambiente, mas sim graças a sua sorte.


Cada vez mais somos bombardeados por novas invenções e produtos capitalistas que podem fazer com que nós entremos em contato com pessoas dos mais diversos lugares do planeta e tenhamos acesso a sua cultura, a sua forma de pensar, aos seus hábitos, com isso dizem que nos tornamos cidadãos do mundo, mas que mundo é esse? Que mundo é esse que preza pelas relações não pessoais a distância e quase que inibe as relações pessoais entre aqueles que estão perto? Porque nos identificamos cada vez mais com pessoas cada vez mais diferentes? Isso parece algo bom, dá a impressão de que estamos cada vez mais abertos aos diferentes pensamentos e ideais, mas não, isso é só uma consequência do mundo diferentemente igual no qual vivemos. Onde sobram particularidades semelhantes, onde sobram diferenças iguais... Nós somos o produto de um mundo capitalista globalizado, que quer que pensemos assim, que quer ajamos dessa maneira, é mais interssante para ele que aceitemos o que nos é imposto ao invés de buscar ideias por conta e pensarmos sozinhos, é muito mais vantajoso que apenas repitamos, como papagaios plagiadores, as ideias de outros.

No capitalismo tudo bem pronto, é como se fossemos a uma loja e lá adquiríssemos tudo o que vamos usar durante toda a nossa vida, desde as alagrias, as relizações pessoais ou profissionais, os conflitos, as tristezas e as dores, são todos padrões, parecem tão diferentes, mas não, todos sofremos dos mesmos males. Algumas vezes ele parece um jogo, onde a cada fase cabem os benefícios e desafios, o capitalismo apenas muda as fases pelas classes sociais, ele permite que algumas classes sociais sofram com determinadas situações e faz com que outras se beneficiem até mesmo com o sofrimento de outras pessoas. Mas ninguém se sente culpado de rir quando o outro chora, porque essa cultura está tão internalzada em nós que não somos capazes de reconhecer, muitas vezes, no outro o ser humano igual à nós que ele é. Algumas vezes nem o vemos.

Acho que foi essa falta de visão, de reconhecimento do próximo que fez com que os motoristas seguissem dirigindo e atropelando a empregada doméstica Rosilene, porque não reconheceram nela o ser humano que ela é, quiçá eles a viram! O nosso cérebro só enxerga, só reconhece e constrói a imagem daqui que vê, quando tem um conceito racional formado sobre aquilo que observa, tudo aquilo que não conhecemos com a razão, não podemos ver. Essa pode ser a explicação de tantas injustiças sociais e monstruosidades que são praticadas no dia-a-dia sem que as pessoas ao menos notem o que estão fazendo ou que aquilo é algo errado. Mas quando que o ser humano passou a desconhecer um semelhante a ele? Quando uma situação como a da imagem não é incômoda? Como as pessoas conseguem se sentir confortáveis com uma situação daquelas? Será que elas realmente não enxergam o que está acontecendo, literalmente, de baixo dos seus narizes?
Quando a humanindade se perdeu e se dividiu entre aqueles que de fato existem e são visíveis para todos e aqueles que não merecem nem a compaixão ou alguns minutos do nosso dia para serem salvos da morte? Hoje muitas pessoas param o que estão fazendo, por mais importante que possa ser, para asistirem a final de um campeonato, se não param as suas obrigações, conciliam-nas com a televisão, mas como essas mesmas pessoas, foram capazes de não ajudar uma mulher grávida que foi atropelada? Além de não ajudá-la eles a assassinaram, como que as pessoas conseguiram fazer isso e seguir normalmente com o seu dia? Como que não tiveram pesadelos ao irem dormir? Porque tudo está essa bagunça?
Cada vez mais, nos isolamos em nós mesmos, parece que só nós e aqueles que conhecemos existem e que só esses merecem oportunidades, nem mesmo os adolescentes são os mesmos, antes eles se rebelavam e iam a luta, tentavam mudar o mundo, agora as suas rebeldias se resumem a bater o pé e discutir com os pais sobre assuntos banais! O capitalismo realmente conseguiu alcançar o seu objetivo, tornou-nos padrão, somos todos iguais, sem exceção. Até as nossas reinvidicações são iguais e mesmo que não sejam, não tomamos a atitude de ir em frente, vamos continuar, infelizmente chorando e idealizando a morte de ídolos como Ayrton Sena e assasssinando muitas e muitas outras Rosilenes e seus filhos, sem nem termos consciência do que estamos fazendo e portanto sem nos sentirmos culpados. Somos todos produtos do sistema, um sistema injusto e cruel. Nas palavras de Cazuza é possível resumir o que acontece e a lógica de toda essa situação: "aquele garota que ia mudar o mundo, agora assiste a tudo em cima do muro" todos aqueles que um dia pensavam em mudar tudo, com o tempo desistiram e ficam em cima do muro, só assistindo aos massacres que acontecem.
Meus comentários estão no blog da Marcella (turma 301), da Ayune (turma 301) e da Yasmin (turma 301).

6 comentários:

  1. Carolina,

    Bem vinda aos Blogs...
    Um beijo.

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  2. Também acho que essa falta de contato com a vida real que a tecnologia nos proporciona é um dos principais fatores que nos levam a esquecer da valorização em relação à vida alheia. Temos que sair mais de casa e ver a realidade como ela é. Não será possível uma mudança enquanto permanecermos a ver o mundo conforme a opinião de outros que tentam a nossa manipulação para a realização de seus interesses.

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  3. carol , achei ótimo, tu te expressou muito bem!! Tu tem razão que cada vez a gente se isola mais e não vê as coisas que tão acontecendo a nossa volta!! Parabéns, beijoos.

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  4. Realmente o mundo está com os seus valores invertidos, só buscamos soluções para problemas quando eles nos afetam diretamente, mostrando o quanto somos individualistas. Tentamos desviar a realidade assistindo novelas e outro programas de televisão que pouco ou nada acrescentam em nossas vidas. Parabéns pelo blog! beijo #)

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  5. Carol tu tem razão quando diz que somos todos produtos do sistema, um sistema injusto e cruel, pois no mundo vivemos todos os dias divididos, entre classe de baixa e alta renda.Gostei muito do teu texo parabéns!

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  6. Carolina,
    Adorei ler o teu texto, ele está excelente. Você conseguiu relacionar fatos do cotidiano com o tema trabalhado em sala de aula. Gostei de ler as tuas angústias com relação ao futuro, principalmente nessa lógica liberal do capitalismo que acabou nivelando os indivíduos e polarizando-os entre os que têm e os que não têm. Concordo contigo quando dizes que os jovens hoje em dia não reivindicam mais por seus direitos e eu diria que talvez eles nem se interessam em saber o que acontece, pois estão mais preocupados com o mundo fictício que criaram. Hoje sofremos com a falta do que chamamos de “consciência coletiva”, em que os indivíduos se trancafiaram no seu próprio mundo e esqueceram-se dos demais. E foi ai que o capitalismo conseguiu alcançar seu ápice, seu objetivo como tu colocas, ou seja, ele conseguiu individualizar os indivíduos fazendo com que o capital ficasse acima das relações sociais e com isso ganhasse força para agir livremente, sem enfrentamentos com a sociedade civil. Mas porque houve uma desmotivação e um desinteresse por parte da sociedade? Quando deixamos de nos interessar pelos problemas coletivos e passamos a priorizar os problemas individuais? Continuemos pensando. Muito bom o teu texto, ele está bem informativo e crítico. Parabéns!
    Um beijo.

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